6 de novembro de 2008



"Há quem diga que nasceu nas antigas urbes romanas, outros encontram no antigo Egipto a génese do graffiti. Mas desde a pré-história que os homens escrevem nas paredes. Nos anos 70 «ele» renasce nos Estados Unidos, em Nova Iorque. Renasce e evolui, criando uma cultura própria, associada a outras áreas como, por exemplo, a música.

Os primeiros desenhos, ainda na década de 60, tiveram conotações políticas e chegaram a servir para definir o território de gangs. No entanto, a evolução trouxe novos sentidos, novos desenhos, novas mensagens.

«TOPCAT 126» é considerado um dos pais do graffiti em Nova Iorque e os seus primeiros trabalhos datam de 1969. Ao lado de «Julio 204» and «TAKI 183» lançaram a tinta. Como ignorar as carruagens e metros pintados de Nova Iorque nos primórdios do graffiti? Serviam para chegar mais longe e à maior quantidade possível de pessoas.

Nascido na rua

Renascido na «cultura de rua» o graffiti era uma de muitas expressões para quem vivia e comunicava na rua. Na maioria, comunidades pobres e excluídas socialmente. Hoje em dia, o fenómeno permanece exclusivamente urbano.

Ao contrário do que muitos pensam esta comunidade tem regras, que apesar de não estarem escritas são passadas entre gerações, e definem como e onde pintar. É consensual que há locais proibidos como, por exemplo, os monumentos ou outros desenhos.

O graffiti é praticado por «writers» (escritores) e cada um tem a sua própria «tag» (assinatura), que o distingue dos outros artistas. Todavia, também se agrupam em «crews» (equipas) para pintarem. Quando nasceu, o graffiti não era garffiti, os artistas perguntavam entre eles «let`s write something tonight?» (vamos escrever alguma coisa esta noite?). Mais tarde será o jornal New York Times a «inventar» a palavra graffiti que perdura até hoje.

Em Portugal, o «boom» do graffiti deu-se na década de 90. O mural das Amoreiras é, de certa forma, o símbolo do graffiti de Lisboa. Actualmente, encontramos várias formas de expressão dentro dos graffitis: tags; throw ups; hall of fame; crews; stencil e stickers.

Sobretudo jovens

Ainda considerada uma prática ilegal, o graffiti começa finalmente a ser aceite em alguns locais pré-determinados. Mas é o lado ilegal que ainda atrai os mais jovens às paredes. Têm tempo livre, podem pintar à noite e se forem apanhados, as consequências legais não são muito complicadas para os menores de idade.

Há cada vez mais zonas na capital salpicadas de cor. Mas outras cidades nacionais juntam-se a Lisboa como, por exemplo, Caldas da Rainha, Porto ou Almada.

O fenómeno vivido à escala mundial já teve direito a vários livros dedicados exclusivamente ao graffiti. Os melhores desenhos de Nova Iorque, Londres, Barcelona ou Berlim estão espalhados nas melhores livrarias, o que de alguma forma lhes concede um estatuto de arte.

Mas a opinião não é unânime. E, até entre os apaixonados pelo graffiti, há quem reconheça que alguns só «sujam» paredes. Falta «arte» em muitos rabiscos, riscos e nomes."


No que diz respeito à limpeza do Bairro Alto, que já começou, (e isto é a minha opinião pessoal) não haverá coisas, sei lá, mais importantes a fazer por Lisboa? Limpem e reconstruam os prédios decadentes que há por aí aos molhos, alguns até, embelezados por graffitis. Façam deles casas habitáveis. Falem com os proprietários e cheguem a um consenso... bem sei que dá mais trabalho que limpar uns quantos bonecos das paredes, mas para quem vem a Lisboa, (quem cá mora já está mais que habituado) acho que seria uma mensagem de boas vindas bem mais bonita. Lisboa é feia e velha e a culpa não é certamente dos graffitis! Limpem as ruas, parques e jardins, cobertos de merda que tanto gostamos de atirar para o chão. Somos dos países mais porcos do mundo e isso vê-se por toda a parte neste rectângulo que está a ficar sem cantos livres para tanto entulho! E não é com a limpeza das paredes do Bairro que se muda isso. Se passassem pelo Martim Moniz, (dou só este exemplo, porque aquilo parece uma auntêntica lixeira, e para quem passa a pé, arrisca-se a pisar de tudo um pouco) decerto pensariam de outra forma... ou talvez não.
(se na altura tivesse o meu tlm teria tirado uma foto para a enviar ao maluco que decidiu limpar o que não está sujo)

ps: é claro que há graffitis e graffitis. Tags e tags. E como em tudo, há que separar o trigo do joio.



4 comentários:

afectado disse...

portanto tu também fazes graffitis...

ipsis verbis disse...

ou não :P

Bruno Fehr disse...

Banksy é o rei, as obras dele merecem respeito. Apesar de polémicas para as autoridades, as suas obras são de uma qualidade superior. Sou fan :D

ipsis verbis disse...

Somos fãs! :)