30 de dezembro de 2008


..........................e até pró ano!



(isto é apenas uma espécie de post it para não me esquecer de ver o filme)

24 de dezembro de 2008



lataN zileF mu ,merassap iuqa rop euq so sodot a ojeseD

20 de dezembro de 2008

18 de dezembro de 2008

aconteceu ler isto e por ser de quem é, e ter tudo a ver connosco, toma:

"É curioso como, sendo diferentes, temos coisas idênticas.
(..) A gaita é que eu sou desbocado e tu não, vivo nas nuvens e tu só às vezes (...)
és o meu irmão João. Aquele a quem me une um silencioso princípio de vasos comunicantes. E com que alegria repito isto dentro de mim: o meu irmão João. O meu irmão João para sempre."
(in O meu irmão João, Crónica de António Lobo Antunes, Visão de 15 de Setembro de 2008)

Parabéns mano :)



Há uns anos atrás presenteei-te com um cd destes senhores. Como gostaste e continuaste a querer mais... e por saber que é uma das tuas bandas preferidas, deixo-te uma música.
beijo.




(chega de prendas, ou queres mais alguma? :P)

16 de dezembro de 2008

14 de dezembro de 2008


STRANGER! if you, passing, meet me, and desire to speak to me, why should you
not speak to me?
And why should I not speak to you?

To You. by Walt Whitman

11 de dezembro de 2008

(highlights)


>quote
Anda com a bengala, há anos, mas é só décor…


É para poupar os joelhos.

Eu conheço a 'história' do menisco... Além disso, a sua memória continua a ser óptima.

Não, há gente da minha família de quem já nem sei o nome.

O que é que mais lhe falta?

Em casa falta-me espaço, na vida falta-me tempo. E não posso dar remédio nem a uma coisa nem a outra.


Para a primeira sempre será mais fácil encontrar remédio…

Não é nada fácil. Ainda outro dia tive de arrumar e embalar 18 caixas que mandei para a aldeia, para a Quinta da Veiga, dos Carvalhais, da família da Maria Isabel.


Uma vez afirmou: «Cada vez sei menos o que o cinema é.» Continua a não saber?

Sim, no sentido de não haver uma fórmula exacta para o definir. Há coisas que eu penso que não se devem fazer e situações que me obrigam a fazê-lo. Como acontecerá com O Estranho Caso de Angélica, que será o meu próximo filme, se tiver meios para o realizar – a minha ideia é apresentá-lo em Cannes.


Esse é um seu projecto já antigo.

Era um projecto cuja história estava ligado aos judeus que fugiram de Hitler, e agora está ligado aos muçulmanos e ao terrorismo. [Resume a história, acentuando a perseguição dos judeus através dos séculos.]


Com esse argumento não deve ter problemas de dinheiro e de produção…

Alá o ouça.
unquote<

6 de dezembro de 2008


as estrelas:

gamepro - 5 out of 5
ign - 9.3 out of 10
playstation the official magazine - 4.5 out of 5

e acerca do que se "estrelou":



e ainda,



(quando vi este segundo vídeo, e apesar de ter ficado também com pele de galinha, pensei: "mas que raio fizeram aos gráficos?!"... depois inspirei, contei até 3, expirei, e porque estava demasiado curiosa para ver o modo de jogo, vi isto...



... e pensei mais uma vez: "Fdx, isto está lindo e o BD look até é na boa!")

"The magic is what makes Prince of Persia all worth it. The world, both in its destroyed mode and its rejuvenated one is just… amazing. You’ve never seen anything this striking in a videogame, ever. Artistically and design-wise it will continue to floor you as the game progresses." (ign, team xbox reviews)

5 de dezembro de 2008



madagáscar 2

o pior:

1h30 de tédio com 2 ou 3 risos contidos

o melhor:

a animação e esta música:

3 de dezembro de 2008


(Foto: Spencer Tunick)

Conheço vários tipos de pessoas. Mas hoje vou apenas falar de dois grupos.
O grupo das pessoas que "falam" e o grupo das pessoas que "fazem mas que falam também".
Identifico-me mais com o segundo. (Claro... sou eu que escrevo, sou eu que escolho!)
Acho piada aos do primeiro. Os que falam de tudo e que conhecem tudo e percebem tudo, quando no fundo, são apenas aprendizes daquilo que os do segundo são mestres.

Aborrecem-me os "falinhas mansas", eternos lambe-botas de tudo e de todos.
Para eles está sempre tudo bem, mesmo quando não é bem assim que eles sentem.
Chateiam-me os "sabe-tudos", enfadados paternalistas com as suas frases chavão do século passado a atirar para o pseudo qualquer coisa, que tentam "educar" os outros mesmo quando ninguém lhes pediu nada.
Irritam-me os "vira-casacas", constantes maldizentes da vida alheia. Ditando juízos sobre quem não está presente para se defender.
E por último, odeio TODO o tipo de preconceituosos, (principalmente racistas e sexistas) ingénuos fundamentalistas do próprio cu, que ao abrirem a boca só lhes sai merda.

Do segundo grupo, não tenho muito a dizer. Como não falam tanto, e fazem mais que falar, saem mais cedo da conversa, e vão para casa dormir, ou coiso...


:)
estanque


29 de novembro de 2008

"Entrei no barbeiro no modo do costume, com o prazer de me ser fácil entrar sem constrangimento nas casas conhecidas.
A minha sensibilidade do novo é angustiante: tenho calma só onde já tenho estado."

(bernardo soares aka fernando pessoa)

Aliud alic vitio est

28 de novembro de 2008

Depois de ler o Crest© neste texto, cada vez mais acredito que há muita gente louca a ser tomada por sã, ou então, há muita gente que pensa que encontrou a verdade, mesmo sendo "lebre". Em ambos os casos, devem pensar que são garimpeiros com sorte, e por isso, toca de espalhar aos 4 cantos, as pérolas que só aos imberbes chegam, como tablóides sensacionalistas.
"O fim da blogosfera", mas o que é isto?! Nem no meu dicionário online nem no meu corrector ortográfico do blog a palavra "blogosfera" aparece! Sendo assim, como pode acabar algo que nem sequer existe?! (Ah! Valha-nos a Wikipédia) Então existe e não é coisa pequena para vir um iluminado qualquer dizer que está para acabar, pois assim lhe foi dito conforme as escrituras.



Lembro-me do "Elogio da Loucura" do Erasmo de Roterdão, um livrinho pequeno, coberto de sátira, e que aconselho a todos aqueles que ainda se consideram espantados de existir :)
Deixo o final do ensaio, que me parece demasiado actual e propositado:

AVISO PARA QUEM AINDA NÃO LEU: CONTÉM SPOILERS!

"Acontece que voltam os seus sentimentos? Protestam que positivamente não sabem de onde vêm nem se existem somente na alma ou também no corpo, nem se estarão acordados ou dormindo. E de tudo depois que viram, ouviram, disseram, ou não se recordam ou fazem uma ideia tão confusa como se tivessem sonhado. Só sabem de uma coisa: que se acham felicíssimos no seu delírio. Eis porque sofrem a convalescença do cérebro e tudo sacrificariam de bom grado para serem perpetuamente loucos nessas condições. No entanto, toda essa felicidade não passa de uma tenuíssima migalha da mesa celeste: imaginai, agora, o que não será o eterno banquete!
Mas parece que, sem refletir no que sou, vou ultrapassando há bastante tempo todos os limites. Por conseguinte, se tagarelei demais e com demasiada ousadia, lembrai-vos de que sou mulher e sou a Loucura. Ao mesmo tempo, porém, não vos esqueçais deste antigo provérbio dos gregos: Muitas vezes, também o homem louco fala judiciosamente. A não ser que pretendais que, nesse provérbio, não estejam incluídas as mulheres, pois eu disse homem e não mulher.
Esperais um epílogo do que vos disse até agora? Estou lendo isso em vossas fisionomias. Mas, sois verdadeiramente tolos se imaginais que eu tenha podido reter de memória toda essa mistura de palavras que vos impingi. Em lugar de um epílogo quero oferecer-vos duas sentenças. A primeira, antiquíssima, é esta: Eu jamais desejaria beber com um homem que se lembrasse de tudo. E a segunda, nova, é a seguinte: Odeio o ouvinte de boa memória. E, por isso, sede sãos, aplaudi, vivei, bebei, oh celebérrimos iniciados nos mistérios da Loucura."

27 de novembro de 2008

afrodite desafiou-me mais uma vez.


o desafio consiste no seguinte:

1º temos que mencionar as regras;

2º escrever uma lista de 8 coisas que sonhamos fazer;

3º desafiar 8 cobaias para responder ao desafio;

4º fazer um comentário no Blog que nos desafiou;

5º e último avisar os desafiados para que saibam que foram desafiados;


(as regras já estão, vou passar para o próximo ponto. nunca sonhei com isto, mas são coisas que quero fazer)

ponto 2

1 - beber um martini bianco com o ricardo no dubai.



2 e 3 - beber um whiskey em dublin e um conhaque em yalta, na crimeia, com o roman.
(o primeiro destes 2, será já em março :)



4 - esticar-me ao sol na praia de manly.



5 - viver no estrangeiro.



6 - comprar um mac.



7 e 8 - ser feliz e fazer os meus, felizes.




(as imagens só as coloquei porque me apeteceu)

ponto 3

os meus desafiados são:

johny
naughty
sereio
afectado
XXX
cccp

(faltam-me 2, por isso, quem quiser que se chegue à frente)

25 de novembro de 2008

quote
Cultura: Monty Python lançam canal no YouTube
25.11.2008
Fonte: Público
E agora para algo completamente diferente (ou não): os Monty Python lançaram um canal oficial no YouTube e estes são alguns dos vídeos já publicados.


Link:

- Canal oficial dos Monty Python no YouTube

unquote

23 de novembro de 2008

e após 90 perguntas, o resultado dos 2 testes é... estranho, mas com algumas verdades ali pelo meio.


(aqui esperava o "gone with the wind", mas esta "liberdade total", de atravessar um país com um amigo só para ir ao "carnaval" lá do sítio, também me parece bem... drogados!)



(e aqui, esperava a madre Teresa ou o Gandhi... acho que topei todas as perguntas chave!)

21 de novembro de 2008

conto os dias que faltam como se fosse pequena e quisesse que o natal chegasse amanhã.
mas este ano quero que o natal se piiii e o ano novo também. quero o março já. e quero-o mais demorado nas últimas duas semanas, com chantilly por cima e um "cheers" no fim, porque sou bem educada.





lisboa - dublin - cork - tralee...lá lá lá. e depois logo se vê.

17 de novembro de 2008

banda sonora de fim-de-semana à segunda-feira.






enjoy.

12 de novembro de 2008

fdx. estou feita num pc!

11 de novembro de 2008




sabes que não estás num mero encontro social, quando à mesa do restaurante, entre a comida e o vinho, o único assunto da noite é o trabalho!



8 de novembro de 2008

A afrodite desafiou-me. Por isso, toma lá disto! :D

1 - publicar uma foto pessoal



2 - escolher uma banda ou um cantor
mike Patton e todos os seu projectos

3- responder a algumas perguntas com títulos de músicas ou nomes de cantores e/ou bandas:
(como nada indica que só se pode usar a banda escolhida no ponto 2, é claro que vou escolher outras... é bem mais fácil e assim agrado a gregos e a troianos - os 5 que cá vêm. Aahahah)

a) és homem ou mulher?
she - elvis costello
b) descreve-te.
useless information - apparat
c) o que as pessoas acham de ti?
there is a light that never goes out - the smiths
d) como descreves o teu último relacionamento.
sparring partner - paolo conte
e) descreve o estado actual da tua relação com o teu namorado/companheiro ou parceiro ou whatever.
touch me - doors
f) onde querias estar agora?
paradise - sade
g) o que pensas a respeito do amor?
satellite of love - milla jovovich & the mdh band
h) o que pedirias se pudesses ter só um desejo?
happy - fischerspooner

4- Por fim cabe-me desafiar quatro pessoas:
johny

naughty
sereio

afectado

6 de novembro de 2008



"Há quem diga que nasceu nas antigas urbes romanas, outros encontram no antigo Egipto a génese do graffiti. Mas desde a pré-história que os homens escrevem nas paredes. Nos anos 70 «ele» renasce nos Estados Unidos, em Nova Iorque. Renasce e evolui, criando uma cultura própria, associada a outras áreas como, por exemplo, a música.

Os primeiros desenhos, ainda na década de 60, tiveram conotações políticas e chegaram a servir para definir o território de gangs. No entanto, a evolução trouxe novos sentidos, novos desenhos, novas mensagens.

«TOPCAT 126» é considerado um dos pais do graffiti em Nova Iorque e os seus primeiros trabalhos datam de 1969. Ao lado de «Julio 204» and «TAKI 183» lançaram a tinta. Como ignorar as carruagens e metros pintados de Nova Iorque nos primórdios do graffiti? Serviam para chegar mais longe e à maior quantidade possível de pessoas.

Nascido na rua

Renascido na «cultura de rua» o graffiti era uma de muitas expressões para quem vivia e comunicava na rua. Na maioria, comunidades pobres e excluídas socialmente. Hoje em dia, o fenómeno permanece exclusivamente urbano.

Ao contrário do que muitos pensam esta comunidade tem regras, que apesar de não estarem escritas são passadas entre gerações, e definem como e onde pintar. É consensual que há locais proibidos como, por exemplo, os monumentos ou outros desenhos.

O graffiti é praticado por «writers» (escritores) e cada um tem a sua própria «tag» (assinatura), que o distingue dos outros artistas. Todavia, também se agrupam em «crews» (equipas) para pintarem. Quando nasceu, o graffiti não era garffiti, os artistas perguntavam entre eles «let`s write something tonight?» (vamos escrever alguma coisa esta noite?). Mais tarde será o jornal New York Times a «inventar» a palavra graffiti que perdura até hoje.

Em Portugal, o «boom» do graffiti deu-se na década de 90. O mural das Amoreiras é, de certa forma, o símbolo do graffiti de Lisboa. Actualmente, encontramos várias formas de expressão dentro dos graffitis: tags; throw ups; hall of fame; crews; stencil e stickers.

Sobretudo jovens

Ainda considerada uma prática ilegal, o graffiti começa finalmente a ser aceite em alguns locais pré-determinados. Mas é o lado ilegal que ainda atrai os mais jovens às paredes. Têm tempo livre, podem pintar à noite e se forem apanhados, as consequências legais não são muito complicadas para os menores de idade.

Há cada vez mais zonas na capital salpicadas de cor. Mas outras cidades nacionais juntam-se a Lisboa como, por exemplo, Caldas da Rainha, Porto ou Almada.

O fenómeno vivido à escala mundial já teve direito a vários livros dedicados exclusivamente ao graffiti. Os melhores desenhos de Nova Iorque, Londres, Barcelona ou Berlim estão espalhados nas melhores livrarias, o que de alguma forma lhes concede um estatuto de arte.

Mas a opinião não é unânime. E, até entre os apaixonados pelo graffiti, há quem reconheça que alguns só «sujam» paredes. Falta «arte» em muitos rabiscos, riscos e nomes."


No que diz respeito à limpeza do Bairro Alto, que já começou, (e isto é a minha opinião pessoal) não haverá coisas, sei lá, mais importantes a fazer por Lisboa? Limpem e reconstruam os prédios decadentes que há por aí aos molhos, alguns até, embelezados por graffitis. Façam deles casas habitáveis. Falem com os proprietários e cheguem a um consenso... bem sei que dá mais trabalho que limpar uns quantos bonecos das paredes, mas para quem vem a Lisboa, (quem cá mora já está mais que habituado) acho que seria uma mensagem de boas vindas bem mais bonita. Lisboa é feia e velha e a culpa não é certamente dos graffitis! Limpem as ruas, parques e jardins, cobertos de merda que tanto gostamos de atirar para o chão. Somos dos países mais porcos do mundo e isso vê-se por toda a parte neste rectângulo que está a ficar sem cantos livres para tanto entulho! E não é com a limpeza das paredes do Bairro que se muda isso. Se passassem pelo Martim Moniz, (dou só este exemplo, porque aquilo parece uma auntêntica lixeira, e para quem passa a pé, arrisca-se a pisar de tudo um pouco) decerto pensariam de outra forma... ou talvez não.
(se na altura tivesse o meu tlm teria tirado uma foto para a enviar ao maluco que decidiu limpar o que não está sujo)

ps: é claro que há graffitis e graffitis. Tags e tags. E como em tudo, há que separar o trigo do joio.



5 de novembro de 2008



"Why can't I just eat my waffle?
"

(Barack Obama)




"President-elect Obama’s first task will be to do whatever government can do to lift the US — and with it the global economy — out of slump. A wide-ranging programme of reform will be necessary to begin to restore trust in the institutions of American leadership – in Washington and in the private sector. Negotiating a responsible drawdown of US troops in Iraq and redoubling efforts in Afghanistan will be essential early steps towards shoring up US national security.

Americans made history yesterday. But the challenges their new leader faces are no less historic. "

in Times Online por Gerard Baker

(ler análise completa aqui)

4 de novembro de 2008

é nos dias em que me apetece que o dia passe mais rápido que ao ver as horas penso que estou naquele jogo do "mamã dá licença"... e o raio do tempo dá passinhos de bebé só para me chatear, nunca mexendo um único segundo quando estou a olhar...

31 de outubro de 2008

porque é que existe um trampolim no pólo norte?
para o urso polar.

porque é que eu comecei a ler antónio lobo antunes?
por causa desta crónica da visão.


"Parece mentira mas neste retrato de escola, aquele ali atrás sou eu. Não desse lado, do outro, vai andando com o dedo se fazes favor, o quinto a contar da esquerda na penúltima fila, essa não é a penúltima, é a antepenúltima, exactamente, aí, penúltima, agora vai andando com o dedo em sentido contrário, devagarinho, o gordo, o de óculos, o ruivo que a preto e branco não se percebe que é ruivo, não se percebem as sardas e a seguir ao ruivo, pronto, este teu criado, talvez o único que não sorri, já preocupado, já grave, já aflito com os mecanismos do mundo que teimam em excedê-lo, repara na franja, nos braços cruzados, na ruga (a ruga, essa, percebe-se) a dividir-lhe a testa, nem era feio pois não, não se pode garantir que bonito mas pelo menos as feições regulares, foi mais tarde que fiquei com o nariz assim quando a minha madrasta bateu a porta no momento em que eu ia a entrar, não era feio nem era competente na ginástica, a minha madrasta dizia que me pesava o rabo, dizia que nunca tinha visto nada tão desajeitado na vida, quando se escolhiam as equipas de futebol era sempre o último, a minha madrasta a reflectir no assunto
- O teu pai também nunca foi grande espingarda em nada
e portanto não ser grande espingarda é uma questão hereditária, não é defeito meu e além disso o desporto não me interessava por aí além, ficava sentado numa pedra a contar as formigas do carreiro e a preocupar-me com o meu rabo pesado, isto na escola, no liceu, na tropa, no emprego não tanto porque não tinha de correr nem dar cambalhotas, aliás no emprego até convém não correr nem dar cambalhotas que o chefe quer-nos compostos e de gravatinha no sítio, se possível pausados, a explicar tudo por ordem aos clientes e pausado sou, o facto de me pesar o rabo ajuda à solenidade, não há problema que não tenha compensação, não é, e julgo que foi isso que te atraiu em mim, o vagar, a educação, o método, a ruga que desde pequeno, na penúltima fila (não na antepenúltima, enganaste-te outra vez) me acompanha, deves ter visto a ruga e pensado
- Até que enfim um homem como deve ser
e começámos a ir ao cinema aos sábados, como amigos, nada de abusos, eu repeitador, delicado, sem mãozinhas marotas, levaste-me a jantar à tua mãe, ofereci-lhe uma orquídea e a tua mãe
- Até que enfim um homem como deve ser
a contar-me, desde o princípio, os dramas da vesícula e eu, a cada pausa dela
- Pois claro
interessado, atento, posso ser uma desgraça na ginástica e no futebol mas interessado, atento
- Pois claro
empenhadíssimo em vesículas, ao terceiro ou quarto jantar um beijo nas escadas, sem arrebatamento nem exageros, casto, breve, e então começou, pausada como eu, a história do enxoval, do andar alugado, dos papelinhos no Registo, dos beijos um pouco mais frequentes, um pouco menos castos mas sem exageros, claro, e no entanto o teu perfume e as tuas pernas entonteciam-me, e no entanto apetecia-me, palavra de honra, acariciar-te o cabelo, cheirar-te a pele, apertar-te, desculpa a franqueza mas apetecia-me apertar-te, sentir-te os ossos, a barriga, o que tenho vergonha de contar, escrevi-te uma carta a falar nisso, andei séculos com ela no bolso e não ta mostrei por decoro, por pudor, por receio de escandalizar-te, a tua mãe
- Um homem como deve ser um bocadinho tímido
a espreitar-me melhor mas continuando a simpatizar comigo dado que mais ninguém lhe aturava os caprichos da vesícula, a tua mãe a cogitar - Não será maricas por acaso?
e não sou maricas, que horror, sou apenas atento e sensível, sou o quinto a contar da esquerda da penúltima fila, vai andando com o dedo e encontras-me conforme me encontras aqui no sofá ao teu lado desde há treze anos (que passaram num instante) a tua mãe acabou por falecer não da vesícula, de um autocarro que em lugar de incluir lá dentro as pessoas que aguardavam na paragem as levou a todas, empurrando-as com o pára-choques, até ao muro a seguir, onde as espalmou contra um anúncio de tourada, a tua mãe ficou nos chifres até os bombeiros a descolarem do cartaz e ainda hoje continuamos em tribunal com a companhia de transportes, o sofá tem três lugares e o dela, o do meio, vazio, nós dois nas pontas e o do meio vazio, dá-me a impressão que na cama também nós dois nas pontas e o lugar do meio vazio, se tento ocupá-lo tu no escuro
- Estou cansada
tu no escuro - Dói-me a cabeça
tu no escuro - Tem paciência Fernando agora não
de maneira que eu na ponta de novo, parece mentira mas na tua vida aquele ali atrás sou eu, há ocasiões em que me pergunto se no caso de dar umas cambalhotas como deve ser ou uns chutos certeiros te interessarias por mim e depois chego à conclusão que estou a ser injusto, te interessas, é uma questão de oportunidade, um dia destes chego a casa e tu toda apinocada à minha espera, tu
- Chega cá
tu
- Seu mauzão
tu, a segurares-me o queixo com o indicador e o polegar
- Quem é a minha coisa mais linda?
e a tua coisa mais linda é aqui o rapaz, não se pode dizer que bonito mas pelo menos as feições regulares, o nariz assim de quando a minha madrasta bateu a porta de repente no momento em que eu ia a entrar mas o resto normal, sou a tua coisa mais linda, sou o teu mauzão e valeu a pena, não é, ter esperado todo este tempo para sermos felizes."

in aquele ali atrás sou eu de antónio lobo antunes (revista visão n.º 675 - 2006)

30 de outubro de 2008

estou a fazer tempo para arrumações.

26 de outubro de 2008

- arrumar e limpar o quarto (com cor diferente porque é urgente )
- arrumar e limpar a sala do pc




mais um post-it mental que deitei fora sem fazer nada do que tinha em lista.
rugas de expressão

23 de outubro de 2008

Porque me apeteceu reler alguns dos seus poemas antes de ir para a caminha, aqui fica, Charles Bukowski x 3.

Boa noite.


8 Count

from my bed
I watch
3 birds
on a telephone
wire.
one flies
off.
then
another.
one is left,
then
it too
is gone.
my typewriter is
tombstone
still.
and I am
reduced to bird
watching.
just thought I'd
let you
know,
fucker.

--------------------

Paris


never
even in calmer times
have I ever
dreamed of
bicycling through that
city
wearing a
beret

and
Camus
always
pissed
me

--------------------
Some People

some people never go crazy.
me, sometimes I'll lie down behind the couch
for 3 or 4 days.
they'll find me there.
it's Cherub, they'll say, and
they pour wine down my throat
rub my chest
sprinkle me with oils.

22 de outubro de 2008

.
.
.
E sabe tão bem descontrair depois do trabalho num barzinho aqui mesmo ao pé...

Rua Diário de Notícias 6 - Lisboa
1200-144

21 de outubro de 2008

.
.
E houve gente, e festa, copos e música.
Socializar nestes casos está sempre em questão. E não basta ter os cartões de visita espalhados por todo o lado.
Temos que dar mais. E eu detesto isso, portanto, estou sempre com a boca cheia de canapés e rissóis... nunca largando o copo de gin e
tentando manter-me ocupada com o que realmente interessa. Comer, beber, e ver arte.

Por vezes, é inevitável, dou por mim a ouvir as mesmas conversas super desinteressantes sobre o porquê de ser azul... Bah!
Mas as vernissages são sempre assim, não é?
- Olha vou lá fora fumar...


E às vezes não volto.

Ou alguém me tira daqui este pacote de bolachas,
ou eu como isto tudo!

Ou alguém me tira daqui este maço de tabaco,
ou eu fumo isto tudo!

Ou alguém me vem tirar daqui,
ou eu saio sozinha!

17 de outubro de 2008



FIM de semana. PRINCÍPIO de FIM-de-semana.

12 de outubro de 2008

.

Gostava de ser mais forte. E conseguir dizer-lhe “gosto de ti”.
Gostava de ter mais tempo. E espaço no meu mundo, para o dela.
Gostava de poder abraçá-la hoje. E amanhã também.
Gostava que gostasse mais de mim. E que viesse ter comigo, agora.




Gostava de ser mais forte. E conseguir dizer-lhe tudo o que sinto.
Gostava que ele tivesse mais tempo. E espaço no seu mundo, para o meu.
Gostava que soubesse que o quero abraçar agora. E sempre.
Gostava de gostar menos dele. E esquecê-lo de vez.

Eu e os cartões... Não. Desta vez foi o do trabalho... E afinal até o tinha na mala. Enfiado no meio da tralhunça, mas na mala.

Eu - Bom dia. Olhe hoje não trouxe o cartão...
Alter Ego - Bom dia. Não trouxe o cartão. Posso subir?
Segurança - Bom dia. Não trouxe o cartão?
Eu - Não.
Alter Ego - Ai... Não trouxe, não. Nicles bataticles. E agora? Vou presa é? É???
Segurança - Então, não o trouxe porquê?
Eu - Porque me esqueci dele em casa.
Alter Ego - Vai levar no cu.
Segurança - Então e porque é que se esqueceu?
Eu - Hã? Porque não me lembrei dele...
Alter Ego - Porque em casa serve de base para copos e de manhã, confesso que não penso em levantar cada um para ver qual deles o tem colado ao cu, além disso, como o senhor é um perfeito incompetente, posso esquecer-me dele as vezes que eu quiser, porque sei que me vai deixar entrar mesmo assim.
Segurança - Sabe que tem de trazer sempre o cartão consigo.
Eu - Pois. Mas hoje não trouxe.
Alter Ego - E você a dar-lhe! É claro que sei. Se não fosse preciso trazer a porra do cartão todos os dias, não estaria a perder o meu tempo com um gajo feio como os macacos, a falar disso.
Segurança - Por hoje passa, mas amanhã se não trouxer o cartão, não a posso deixar subir.
Eu- ...
Alter Ego - Uiii! Que medo do sr. segurança com cara de rabo... pó-cará-lho! Se não te lembras da minha cara e já lá vão 3 meses, não é amanhã que te vais lembrar de mim... AH! e já mudavas de after-shave!


-RAIVA EXORCIZADA-



(E não me venham com merdas que o gajo só está a fazer o trabalho dele.)


Sinto-me um enorme magnete.
Atraio toda a gente.
Bons e maus.
Todos.
(Apaixono-me com essa mesma facilidade)
No final do dia, sento-me a escolher quem interessa.
Às vezes, cansada de tanta atracção, deixo que cada um caia por si com o passar do tempo.
Na verdade é mais fácil assim. Mas eu sempre detestei o incontrolável.


Não sou eu que ando por ali. Subindo e descendo escadas vazias.
Já não passo por lá faz tempo. Ou esqueci-me da última vez.
Ando pelos mesmos caminhos. Oiço as mesmas músicas.
Mas se me chamarem já não me viro. Já não oiço quem me chama.
Não me interesso.

Tenho na memória esta imagem que não foi fotografada. Nela
desço as escadas de um salto só. Os longos cabelos, presos no instantâneo, percorrem o corrimão,
e consigo ainda sentir o meu perfume e ouvir a música que levava comigo nesse dia.
Estava sozinha, e estava feliz.

Continuarei a ver vazias as minhas escadas por enquanto.
Há qualquer coisa na música e na história que me cativa. Há qualquer coisa nos gráficos, nos movimentos fluidos e na atitude do Príncipe que torna o jogo mais do que engraçado.
Nunca me assustei tanto a jogar como quando estava a ser perseguida (neste caso, perseguido, eu era o príncipe), pelo Dahaka (uma estranha sombra que "atravessa" o tempo e persegue o Príncipe ao longo do segundo jogo com apenas um único plano: matá-lo)
E há ainda histórias de amor, de vingança e de traição e jogar, torna-se quase como ver um filme, ou como acontece no segundo, que podemos escolher um dos dois finais, criar um filme.

Porque me arrepio facilmente com coisas bonitas e este vídeo me lembrou que tenho que acabar ainda "Warrior Within" (segundo da trilogia da Ubisoft) e começar o "Two Thrones (terceiro e último), e pela escolha musical do autor, pelas imagens e pelas memórias que tenho do jogo, aqui fica mais um cheirinho de Prince of P... Awesome.




Somos o avatar dos messenger, hi5 e myspace.
Somos os interesses, música, filmes e comentários que “colamos” em cada um desses profiles.
E somos também os textos que escrevemos em blogues.
Somos o que descobrimos e lemos no google.
Somos e vivemos a geração internética dos amigos virtuais, internacionais e inter pares.
Viciados em tecnologia, separação do lixo, reciclagem e tempos livres.
Pertençemos à classe dos trintinhas que ainda vivem com os pais. Os novos inimputáveis e os fervorosos part-timers.
Somos os perseverantes ex-adolescentes sem dinheiro, sem trabalho e sem perspectivas a longo prazo.
Somos os que ainda não conseguem poupar nem descontar.
Os eternos filhos e nunca, nunca pais.
Num reduto final, somos os novos emigrantes, navegadores e conquistadores, que da ocidental praia Lusitana saem à procura das novas índias modernas.



como seria de esperar, hoje toda a gente fala de futebol, mesmo aqueles que não sabem o nome dos jogadores, opinam e alvitram sobre o jogo de ontem entre Portugal e Alemanha, em Basileia na Suíça. eu não gosto de futebol. acompanho alguns jogos da selecção por puro desporto, o que até é irónico, porque o que gosto realmente é de estar acompanhada com os amigos, ver-lhes as reacções durante o encontro e saborear com eles o prazer da vitória. ahahah, e saboreamos a derrota também, porque é nossa e isso ninguém nos tira. e assim, qualquer um dos desfechos é motivo suficiente para festejar.
Portugal perdeu, e apesar de também achar que fomos roubados pelo árbitro, que ignorou faltas atrás de faltas a favor dos alemães, não se esquecendo de apontar todas e mais algumas contra nós, a verdade é que a equipa só jogou bem nos últimos 5 minutos... é o chamado carácter "lusco-fusco" dos nossos jogadores.
há ali uns segundos em que os gajos, sentindo a pressão do final do tempo de compensação, até jogam bem e conseguem marcar o golo que era esperado logo ao início da partida, mas enfim, o que interessa é o amor.
e eu que não ia falar de futebol. eu que não quero falar de futebol quando toda a gente o está a fazer. eu que nem sequer gosto de futebol, deu-me para isto!
bah!
este texto ia ser imprevisível, descontraído e diferente. Não ia falar de Portugal, de futebol ou de bandeiras nacionais.
podia falar das 3 vernissages a que compareci depois do jogo. podia falar da falta de bebida em duas delas e da grande qualidade dos gin tónicos da segunda. que por acaso, e só por acaso era de um artista alemão.
podia falar disto tudo e ainda comentar a arte. mas como o título do post já diz tudo, fico-me pela minha previsibilidade e saio de fininho com o rabinho entre as pernas para não me armar em fingida a atirar para o melindrado.

e ps: o torneio de wimbledon está à porta e ao contrário do que aconteceu no futebol, desta vez quero que a Suíça ganhe, pelas mãos do Federer.


Não sou gaja de muita manutenção. Mas é claro que gosto de sair de casa fresca e fofa.
É raro usar maquilhagem, grandes penteados ou saltos altos.
Roupas caras com brilhantes ou colares de pérolas, anéis ou brincos é para esquecer.
Sou "low profile" mas tenho bom gosto.
Sou de "trato fácil" e gosto de coisas simples, como ficar em casa a ver filmes ao serão ou a jogar ou por outro lado, sair à noite e ser convidada para ver a Orquestra Filarmónica de Berlim na Staatsoper alemã, depois de ter comido na Mcdonald's de Potsdamer Platz.
Acredito nos cremes hidratantes, super-hidratantes e gordos, apesar de ter a sorte de ter nascido com uma pele fantástica que só no verão pede uma hidratação mais prolongada e duradoura.
Uso champô para cabelos normais, mas escolho sempre um amaciador bom, que uso moderadamente.
Não sou nenhuma fashion victim, e até detesto ir às compras, mas quando o faço tenho o vício de comprar casacos e malas nos saldos e lojas baratas, que me vão enchendo o roupeiro.
Gosto de duches rápidos mas também de banhos demorados, e uso esfoliantes, máscaras de beleza e sais de banho de vez em quando.
Gosto da minha Silk.Épil - SoftPerfection da Braun que me deixa a pele macia e bonita mas uso também cremes Veet e Gilletes.

Nem sempre perco muito tempo comigo, mas quando o faço como hoje, imagino-me num verdadeiro spa e isso relaxa-me e sabe-me bem.

E viva o verão!


ps: só o desenho da cara e do cabelo é que é da minha autoria.
Esta "mulher" azul, que na imagem tem a minha fronha, é a Inteligência Artificial que dá pelo nome de Cortana, por vezes em forma de holograma, que faz parte integrante do jogo da Microsoft, Halo. É uma das personagens que ajuda o Master Chief (o herói) nos seus combates entre raças alienígenas.

Confesso que tenho vários vícios, um deles, é o do jogo. E dentro deste, encontra-se o supra sumo que já me dura há vários anos, (primeiro na xbox e agora no pc) e que é o "Halo: Combat Evolved" versão multiplayer online. (A versão Campaign em single player prefiro ver jogar.)


Nele sou a barbarella. Vestida como todos os outros jogadores, mas de rosa.
Nele sou, muitas das vezes uma sniper perfeccionista, outras uma "professional flag retriever"(expressão roubada ao biohazard) e quase sempre, uma esforçada atiradora de granadas kamikaze.
Adoro as caçadeiras e os "melees". Conduzo os hogs (carros) com a perícia de um condutor de pesados (ehehe) e como seria de esperar, procuro melhorar em cada jogo, todas as técnicas usadas. Às vezes consigo ser uma exibicionista do caraças!

vício

do Lat. vitiu

s. m.,
hábito de proceder mal;
costume censurável ou condenável;
costumeira;
hábito prejudicial;
libertinagem;
defeito;
acção indecorosa que se pratica por hábito;
viciação;
erro;
dolo.


Sim... é exactamente isto tudo que me acontece ao jogar Halo Multiplayer. Mas também é outras coisas. É, por exemplo, descontrair e passar um bom bocado. É saber que existem "mods" e fraudes do género que permitem ser-se o melhor, mas optar pelo "fair play" e ser a melhor mesmo assim. É jogar em equipa e sentir o "trabalho" de todos. É ver pessoal novo que ainda não sabe disparar a direito (o que é realmente engraçado) e sentir, ao mesmo tempo, carinho e compaixão. Mas é principalmente, perder a consciência, pelo menos durante o tempo do jogo, da merda de mundo em que vivo, para descobrir a merda do jogo que estou a fazer.



Vivam os jogos em moderação, excelentes anestésicos para o mal humano! VIVAM!

.


estou lixada, e isto para não dizer um sinónimo bem mais forte.

há pessoas que por serem bichos do mato, enormes aves de rapina... ex-predadores diurnos que agora se escondem da luz e vivem numa outra selva, ou ex-pessoas que perderam o tacto e com ele o senso crítico, mas que mantêm a mania de o fazer, deitando abaixo muros sentimentais e intelectuais para continuarem a sua arrogância em tom de sarcasmo e com a qual sobrevivem quando nada mais lhes enche o bucho, não conhecem o significado da expressão "
reforço positivo".

confesso que desde pequena sei o que isso é, apesar de só há relativamente pouco tempo ter conhecimento da expressão. acredito que a maior parte das pessoas com quem me dou, também saiba o que isso é. e tal como eu, o usa para estimulação comportamental, quer própria, quer de outrem.
mas, consigo também perceber que haja pessoas que, mesmo sabendo o que isso significa, não lhe dão uso porque não o sabem fazer. porque talvez, por outro lado, foram ensinadas a construir a sua personalidade com base no adverso.

acredito que o reforço positivo faz parte integrante da minha educação. completa-me, evidentemente, positivamente. mas ou mesmo tempo, acho que me retira a faculdade de perceber que nem sempre existe uma recompensa ou estímulo por detrás de uma crítica, e por mais que tente perceber se é por isso que me sinto apática ou pouco substancial numa discussão, não consigo chegar a uma conclusão satisfatória.

(fdx! quando era mais nova desenhava a lápis de cor nas paredes de casa e o que os meus pais faziam era aplaudir o meu trabalho e mostrá-lo depois, aos familiares e amigos!) - e isto é lindo!

estou lixada sim, e isto porque apesar de o perceber, não aceito, porque não lido bem com qualquer reforço negativo, que não é mais do que uma condenação desprovida de emoção. qualquer coisa que, de tão demasiadamente autoritária e correctiva, me coloca numa situação de tremenda fragilidade e susceptibilidade.


falamos em inglês porque ele é irlandês. e ontem apontou que eu não aceito bem a crítica.
ao que eu lhe disse: "there's criticism and criticism, and then there's also sarcasm". e eu sei que ele não me estava nem a criticar, nem a criticar!
disse-me ainda que não é a barreira da língua que se interpõe no meu caminho para uma boa argumentação/explicação, logo, também deveria ser capaz de distinguir uma crítica de uma gozação. devendo, por isso, aceitar a sua que, como ele explicou, não foi mais que directa, exacta e sincera.


mas ok, se realmente não é a língua que barra o caminho à fluidez de um discurso sincero, correcto e primeiro que tudo, directo e sentido, (e apesar dele não perceber português) o resto da minha altercação foi escrita na língua de camões.
Quando entro num local desconhecido, e observo quem o ocupa, dependendo do tempo, consigo saber se sou ou não melhor que a maior parte de todos quantos ali estão.
Não é para me gabar a ninguém pois nunca faço regozijo dessa análise. É sim, por mania e puro subjectivismo.

Aborrecem-me as pessoas que, constantemente, erram a escrever ou a falar quando deviam saber mais que isso. Sou melhor que elas porque descubro a fraude que são; aborrecem-me as pessoas que fazem tudo e se metem em tudo e que apelidam toda a gente de inúteis, para depois chorarem aos quatro cantos que não têm tempo para nada. Sou melhor que elas porque vivo; Aborrecem-me as pessoas que adoram o confronto e as discussões em voz alta e esganiçada que põem qualquer um em cheque, não me deixando sequer defender porque simplesmente não ouvem outra voz que não a delas. Sou melhor que elas porque sei que tenho razão e nem preciso de o dizer em voz alta; Aborrecem-me as pessoas depressivas, maníacas das doenças e de sofrimentos em catadupa, falando sempre desesperadamente e que tentam agarrar qualquer um para o abismo onde dizem viver, com uma naturalidade anormal e doentia. Sou melhor que elas porque me sinto normal; aborrecem-me as pessoas que falam de tudo e de nada em demasia, ganhando com isso, espaço, tempo e protagonismo. Sou melhor que elas porque as rotulo silenciosamente de ocas por dentro com rococós por fora.


Há um grande grupo de pessoas com quem convivo. Há um outro, mais pequeno, com quem partilho interesses e compatibilidades. Há um terceiro e último grupo, com quem faço tudo isto e ainda aprendo, ensino, vivo e desfruto. Neste, tudo se coaduna e resulta.

Somos animais sociais e por isso vivemos em grupo, uns com os outros e cada um com a sua idiossincrasia, e como tal, podemos e devemos escolher os nossos pares.


No final desta introspecção à laia de exorcismo, ficam as minhas duas observações:

1 - sou melhor que todos os elementos do primeiro e segundo grupo.
2 - do terceiro, sou par e melhor é quase impossível.

(resposta ao post Procrastinação do blog Val'nada inc.)
...e do que li aqui, senti-me compelida
a acrescentar um pouco mais, porque, o amor é e pronto!
O amor é tudo e nada ao mesmo tempo.
É calor, protecção e abuso.
É estranho, amigo e aliado.
O amor é tudo junto.
O amor sente-se nas coisas que fazemos, mas o amor também
se perde, esgota-se e consome-nos.
E então, o amor foi.
Foi uma paixão que nasceu de um toque e nunca de uma
traição.

O amor é tal e qual o que cada um quer.
O amor é a lotaria que sorteia beijos, carícias, sexo...
felicidade. Mas é também um jogo de contradições.

O amor foi o que sofremos no passado, mas é também este
sentimento desvirtuado na virtualidade do tempo em que vivemos
agora. O amor é o tempo em que vivemos agora.
(Rápido, fugaz e pragmático)

O amor sou eu e mais qualquer coisa que sinto,
quando sinto qualquer coisa por alguém.
Por isso, o amor é esse alguém e tudo o que faço à volta
dele.

O amor é também ninguém.
Alguém que não se conhece fisicamente, mas que criamos
mentalmente para dar um corpo e uma cara, às palavras que
lemos.
E o amor são os sonhos que temos com essa pessoa.
Seja ela atingível ou não.

Porque o amor não escolhe.
O amor apenas é. E ao sê-lo, faz de nós pessoas mais fracas,
impressionáveis, desesperadamente românticas,
mas ao mesmo tempo intensas e verdadeiras.


Ok.
Começou a explicar-me qualquer coisa. Estou atenta. Recebo toda a informação que desconheço e o meu cérebro comporta-se como um cérebro normal; guardando a informação necessária, e deixando de lado a que não interessa.
Até agora, parece-me bem.
O problema é quando a explicação se alonga em ítems, pontos e parágrafos e Powerpoint floridos com músicas de elevador para justificar e exemplificar uma coisa que eu já percebi.
É aqui, que no meu cérebro se desenrola uma nova acção. Não mais a de arquivação de informação, mas sim a de arrumação da arquivação. Ou seja. Deixei de estar atenta à explicação, para me concentrar em arrumar as pequenas caixas ou módulos, no meu cérebro. E isto tem tanto de obsessivo compulsivo como de estranho e neurótico.
Sim, o resto do monólogo, barra, explicação, prossegue e eu continuo a ouvir, mas muito vagamente, apesar de estarmos só os dois na sala, de ele estar sentado na mesma mesa, a 5 palmos de mim e à minha frente.
Aceno com a cabeça, solto onomatopeias mas, jogo tetris com a informação que tinha recebido há 5 minutos atrás, na minha mente. E para parar de arrumar as tais caixas umas em cima das outras, desviar as anteriores e colocá-las outra vez no mesmo sítio... basta apenas uma palavra ou uma acção. E ele conseguiu essa palavra.
E estou novamente atenta até à próxima explicação pormenorizadamente especificada que me leva ao bocejo mental.

A parte de o imaginar nu e de morder os lábios para não me rir às gargalhadas só acontece muito raramente. É preciso preencher certos requisitos... Hoje foi uma dessas raras ocasiões. E o facto dele ser do norte e ter um sotaque engraçado também não ajudou muito.


acordei com os olhos mais pequenos... pequeninos.
não pude deixar de achar engraçado estar parecida com a Bjork
mas ao mesmo tempo, algo em mim voltou a chorar por dentro.
e agora, num pessimismo visionário que me parece normal de
quem está com SPM, observo os mesmos olhos semi-fechados,
semi-soterrados por pele que cada vez se torna mais frágil, mais macia...
mais moldável.

e se há um medo de que eu realmente tenho muito medo, é o de
acordar amanhã sem conseguir ver bem os meus olhos.
sem conseguir ver bem quase nada.
e quase nada será tudo o que eu preciso.


Tu cortaste a unha do meio do dedo
do meio
da mão direita
muito rente
e começaste a esfregar-me a cona
enquanto eu me sentava direita na cama
espalhando loção pelos braços
cara
e seios
depois do banho.
então acendi um cigarro.
"Não deixes que isto te afaste,"
e fumei e continuei a esfregar
a loção.
Tu continuaste a esfregar-me a cona.
"Queres uma maçã?"
Perguntaste-me.

"I cut the middle fingernail of the middle
finger
right hand
real short
and I began rubbing along her cunt
as she sat upright in bed
spreading lotion over her arms
face
and breasts
after bathing.
then she lit a cigarette
"don't let this put you off,"
and smoked and continued to rub
the lotion on.
I continued to rub the cunt.
"You want an apple?"
I asked."

Ele cortou a unha do meio do dedo
do meio
da mão direita
muito rente
e começou a esfregar-lhe a cona
enquanto ela se sentava direita na cama
espalhando loção pelos braços
cara
e seios
depois do banho.
então ela acendeu um cigarro.
"Não deixes que isto te afaste,"
e fumou e continuou a esfregar
a loção.
Ele continuou a esfregar-lhe a cona.
"Queres uma maçã?"
Perguntou-lhe.


(Charles Bukowski & Eu)
O primeiro chega a casa, depois do trabalho todos os dias à mesma hora.
Encarrega-se de dar de comer aos gatos.
Encarrega-se de dar de comer também ao seu estômago.
Umas torradinhas com chá, porque já são 30 e qualquer coisa de mais "pesado" a esta hora pode fazer mal.
Senta-se no sofá.
Liga a televisão e descansa o cérebro, como ele diz, pelo menos 1 hora, antes de ver os mails, ouvir um pouco de música no Mac, talvez falar com alguém pelo Msn...
Por volta das 21h aquece o jantar, quando o tem já preparado do dia anterior. Senão, cozinha qualquer coisa rápida. Não muito calórica, não muito pesada.
É que já são 30 e as duas horas e meia de digestão, ultimamente parecem 4h.
Janta sozinho em frente à televisão.
Os gatos serpenteiam-no e ele fala com eles.
Acabado de jantar, dirige-se novamente para a cozinha. Coloca o avental azul, que só ele usa. Lava a loiça do jantar e volta para a sala.
Hoje também não sai à noite. Exercício inútil o de o convidar.
Volta para a televisão, se estiver a dar a tal série, ou volta para o Mac.
À meia noite, desliga tudo. Lava os dentes, veste o pijama azul e deita-se.
Às 8h, invariavelmente, acorda. Levanta-se e toma banho de 15 min. Seca o cabelo ainda com a porta da casa-de-banho fechada.
Veste-se.
Por volta das 8h30 prepara o pequeno-almoço. Invariavelmente, torradas.
Perfuma-se e sai de casa, todos os dias às 9h.

O segundo, chega a casa se por acaso tiver saído dela.
Raramente se encarrega de dar de comer aos gatos, porque o primeiro 30 chegou primeiro.
Raramente se encarrega de ouvir o seu estômago. Come quando se lembra, e o que quer que seja, desde que seja rápido.
Raramente se senta no sofá.
E são poucas as vezes que liga a televisão.
No Pc, por várias vezes, repete as mesmas acções que fez durante todo o dia.
Vê mails que estão vazios. Porque leu tudo 5 min antes. Saca música, muita...
E conta já com muitas horas de conversação com os amigos pelo Msn.
Um dos gatos costuma saltar para o seu colo. Mas a cadeira gira sempre e o bichano, salta de um impulso.
Às vezes não janta. Come qualquer coisa, desde que seja rápido.
Costuma sair com os amigos para um café.
Vai ao cinema de vez em quando, quando tem dinheiro.
Costuma fazer noitadas, quando tem dinheiro.
Chega a casa tarde, quando sai. Tenta fazer o mínimo de barulho para não acordar o primeiro, por isso só lava os dentes de manhã.
Despe-se e enfia-se na cama ainda desfeita. Nunca tem pijama.
Acorda quando já está cansado demais de dormir.
Levanta-se e veste qualquer coisa.
Liga o Pc e enquanto isso, vai à cozinha procurar o que comer no frigorífico.
Toma banho e demora imenso tempo a escolher o vai vestir.
Às vezes lá sai de casa a tempo de ver o sol.
Outras, não.
Domingo, 10h30 da manhã, frio de neve por estes lados, onde nunca neva, mas com sol.
Tínhamos combinado encontrar-nos no metro dos Anjos.
(eu, Sara, mano dela e João)
Íamos ver a exposição "Centre Pompidou Novos Media 1965-2003" no Museu do Chiado.
Aos Domingos, até às 14h não se paga os € 3 de entrada.
É grátis.
No total, de 23 obras dos 19 artistas, posso dizer que gostei de 15.
As mais antigas, dos primórdios do vídeo, foram as que mais me cativaram pelo seu lado experimental. Assim, refiro que gostei e aprendi com o Jean-Luc Godard e o seu "Prólogo Posterior" ao seu filme Passión. Uma espécie de making-of juntamente com aula sobre vídeo com as suas teorias rebuscadas.
Ri-me com os bonecos de trapos do Tony Oursler, espalhados pelo museu em sítios inesperados com projecções de várias caras conhecidas na cara de cada boneco. Com diálogos estranhos que pareciam falar de nós, espectadores. Um deles, mesmo no início das escadas para o primeiro piso era o David Bowie que falava sobre o gajo que estava "ali atrás" de t-shirt a mexer-se demasiado.
Do Bruce Nauman, retive os vários vídeos de vigilância espalhados pelo museu e os diferentes espaços e tempos em que cada espectador aparecia. Éramos ao mesmo tempo o observado e o observador.
Do escritor Samuel Beckett gostei de o saber empreendedor nas novas tecnologias, quando um ano antes de morrer, preparou uma performance, "nervosa" de 4 figuras humanas que se envolviam num cubículo. À volta de um ponto no meio do chão. Equilibrado pelos sons dos pés a arrastarem-se. As 4 figuras vestiam capas coloridas.
Por fim, vou falar da obra que mais me tocou. Esta de 1989. Chama-se "Site Recite (a prologue)" e é do Gary Hill.
Uma televisão, com fones e um banco preto à frente.

Sentei-me já com os fones.
A imagem compreendia vários objectos desde, conchas, folhas, bichos mortos, caveira e papéis, dispostos numa mesa. A linguagem era horizontal. E cada objecto filmado em close up. Do último que estava atrás ao primeiro que estava à frente de todos os outros. À medida que se iam focando os mais próximos, os outros desfocavam-se. Era tudo muito rápido.
Grande experiência só por isto. Mas havia mais. Os fones, sim.

Havia som. Um poema do Gary Hill com 4 min ( o tempo do filme) pela voz ressonante de Lou Hetler, que transcrevo a seguir.
Lindo.







Site Recite (a Prologue)

"Nothing seems to have ever been moved. There is something of every description which
can only be a trap. Maybe it all moves proportionately cancelling out change and the
estrangement of judgement. No, an other order pervades. It's happening all at once, I'm
just a disturbance wrapped up in myself, a kind of ghost vampirically passing through the
forest passing through the trees.
A vague language drapes everything but the walls — what walls? The very walls that
never vary — my enclosure, so glorious from a distance, stands on the brink of nothing
like a four legged table. What is it? An island with a never ending approach? A stopgap
from when to where? Something to huddle over with my elbows like trestles without
tracks, the bases of which are scattered with evidence of unsolved crimes? The
overallness of it all soaks through, runs through the holes in my hands and continues to
run amok, overturning rocks that should not be overturned, breaking bread that should
not be broken.

The sun will rise and I won't know what to do with it. Its beak will torture me as will its
slow movement, the movement it invented that I can only reiterate.
The quieter and stiller I become the livelier everything else seems to get. The longer I wait
the more the little deaths pile up.
Bodily sustenance is no longer an excuse. Too much time goes by to take it by surprise.
So much remains. No doubt it can all be counted. Starting with any one, continuing on
with any other one until all is accounted for, a consensus is reached. That it can all be
shelved in all its quantized splendour, this then is the turf.
These sightings. This scene before me made up of just so many just views (nature's
constituency) sits with indifference to the centripetal vanishing point that mentality
posits so falsely. Brain, minding business, incessantly constructs an infinite series
of makeshifts designed to perpetuate the picture--the one like all others that holds
its breath for a thousand words, conversely exhales point zero zero one pictures.


This insidious wraparound, tied to the notion "I have eyes in the back of my head,"
binds me to my double, implodes my being to a mere word as it winds the world around
my mouth. A seamless scroll weaves my view back into place--back to back with
itself--the boomerang effect, decapitates any and all hallucinations leaving (lo and behold)
the naked eye, stalking each and every utterance that breaks and enters the dormitories of
perception. I must become a warrior of self-consciousness and move my body to move
my mind to move the words to move my mouth to spin the spur of the moment.
Imagining the brain closer than the eyes."

(Gary Hill)



Ao acordar dirigiu-se para a casa-de-banho. Precisava de um banho e de pôr as ideias em ordem.
No espelho, sob o lavatório, um papel pendurado dizia:

"Nem sei porque estou a escrever-te. Na verdade, nao me sinto culpada por te ter julgado, na altura foi o pior que me saiu e eu queria magoar-te... sei lá.
Já não sei o que pensas de mim... se calhar o que aconteceu foi deixarmos de ter a ver um com o outro.
(hmmm... nao sei se te deixo isto. No fim decido)

Sabes, é estúpido, quando não conseguimos dizer tudo a pessoas com quem partilhamos tempo e coisas.
Não sei se isto é um pedido de desculpas, porque mesmo que o seja, não sei se mudará alguma coisa.
A verdade é que também não sei se quero que mude.

Sei apenas que magoei uma das pessoas que mais amo.
(ainda nao sei se te deixo isto)
O que realmente me chateia, e acho que isso faz parte deste meu problema, (agora é que não deixo mesmo) foi nunca ter deixado de pensar em ti como possível marido e pai dos meus filhos...

Espero que por isto me perdoes um dia.

Sabes, se ela nascesse, dar-lhe-ia o nome de Alice. Sei que é uma das histórias que contas aos teus filhos, vi o livro no quarto da Joana...

Agora que consegui finalmente dizer-to, acho que resolvi o assunto que tinha por acabar. Adeus."

Ao voltar-se para trás, viu na banheira a mulher que tinha amado na noite anterior, a amante e a amiga que conhecia desde pequeno, com os pulsos cortados.












Tenho escrito.
Às vezes, nem eu percebo o que escrevo mas é normal, porque as outras pessoas
que me lêem, também não. Mas isso é n o r m a l, repito.
Estamos todos a entrar numa fase de individualidade, à qual também eu não fujo.
Como individual, o meu espaço físico, psicológico e social, resume-se a Eu. E como tal
só me percebo a mim, só me conheço a mim e só me quero e dou a mim.
Neste “EU MUNDO” tenho uma família “enlatada”, amigos “concentrados”, trabalhos “xs” e espaços limitados pelo espaço do meu computador.
(raramente descruzo as pernas – as acções são quase nulas)
O corpo começa a dar sinal de si...(é a palma da mão direita que dói)
Também tenho desenhado muito ultimamente.
(as horas ao computador são a única coisa que tenho a mais neste EU)
Mas não me quero queixar. Raramente o faço.
Até porque há coisas que se queixam por mim, para mim. E isso até é justo!
As minhas mãos mostraram-me ontem mazelas. Uma feia calosidade vermelha entre a união do pulso com a palma.
O meu pescoço e costas por vezes gritam por descanso em forma de dores agudas.
E até o meu cóccix tem estado refilão.
Mas isto não é nada, nem sequer me levem a sério. Leiam isto como um romance ficcional.
Nada mais que uma espécie de “muro das lamentações” para dar voz a partes do meu corpo.

Nada disto é real!
Está bom assim?
Isto não tinha começado para ser isto. Mas já que o foi, agora quero que isto seja
também uma espécie de agradecimento ao meu corpo:
Mãos, quero que saibam que estou orgulhosa de vocês. Mesmo com essas
unhas feias e dedos atarracados.
Pescoço obrigada pelo “apoio”.
(esta até foi engraçada)
E cóccix, tu és e serás sempre “único e especial”.
A todos os outros membros, músculos, ossos, articulações, órgãos, pele, zonas e sentidos
do meu corpo, um grande bem-haja porque sem eles, nada disto seria possível.