12 de outubro de 2008

Quando entro num local desconhecido, e observo quem o ocupa, dependendo do tempo, consigo saber se sou ou não melhor que a maior parte de todos quantos ali estão.
Não é para me gabar a ninguém pois nunca faço regozijo dessa análise. É sim, por mania e puro subjectivismo.

Aborrecem-me as pessoas que, constantemente, erram a escrever ou a falar quando deviam saber mais que isso. Sou melhor que elas porque descubro a fraude que são; aborrecem-me as pessoas que fazem tudo e se metem em tudo e que apelidam toda a gente de inúteis, para depois chorarem aos quatro cantos que não têm tempo para nada. Sou melhor que elas porque vivo; Aborrecem-me as pessoas que adoram o confronto e as discussões em voz alta e esganiçada que põem qualquer um em cheque, não me deixando sequer defender porque simplesmente não ouvem outra voz que não a delas. Sou melhor que elas porque sei que tenho razão e nem preciso de o dizer em voz alta; Aborrecem-me as pessoas depressivas, maníacas das doenças e de sofrimentos em catadupa, falando sempre desesperadamente e que tentam agarrar qualquer um para o abismo onde dizem viver, com uma naturalidade anormal e doentia. Sou melhor que elas porque me sinto normal; aborrecem-me as pessoas que falam de tudo e de nada em demasia, ganhando com isso, espaço, tempo e protagonismo. Sou melhor que elas porque as rotulo silenciosamente de ocas por dentro com rococós por fora.


Há um grande grupo de pessoas com quem convivo. Há um outro, mais pequeno, com quem partilho interesses e compatibilidades. Há um terceiro e último grupo, com quem faço tudo isto e ainda aprendo, ensino, vivo e desfruto. Neste, tudo se coaduna e resulta.

Somos animais sociais e por isso vivemos em grupo, uns com os outros e cada um com a sua idiossincrasia, e como tal, podemos e devemos escolher os nossos pares.


No final desta introspecção à laia de exorcismo, ficam as minhas duas observações:

1 - sou melhor que todos os elementos do primeiro e segundo grupo.
2 - do terceiro, sou par e melhor é quase impossível.

(resposta ao post Procrastinação do blog Val'nada inc.)

Nenhum comentário: